Isto pode nos colocar numa posição de um sentimento de inferioridade tão grande que corremos o risco de achar que estamos absurdamente distantes desta possibilidade. Muitas vezes, sem conta, escutei alguém dizer, diante da visão dos próprios erros: "Eu não sou santo" ou "Eu também sou humano".
Este é o típico comportamento de fuga ou de negação. E quero poder explicar:
- Eu não sou santo, mas posso ser se eu quiser - e só depende do meu querer!
- Eu não sou humano - eu estou humano, até que eu saia desta condição e me torne alguém para além do humano.
Como? Eis a questão!
Para que possamos nos iluminar, precisamos saber que será preciso tomar consciência do nosso lado mais sombrio. Conhecer cada nuance do que eu tenho de pior. Além disso, precisaremos conhecer quais os mecanismos de defesa que temos utilizado como escudo para não chegar perto de nossos próprios defeitos.
A gente se defende como pode! O que nós temos de pior?
Geralmente temos emoções negativas: raiva, medo, tristeza, angústia, culpa, dúvidas, inseguranças.
Para nos defender destes sofrimentos costumamos utilizar defesas do tipo: racionalizações, isolamento, repressão, negação, fantasias, anulação, intelectualização e outros.
Tudo isso nos impede. Obriga-nos a permanecer humanos, quando o propósito é superar para iluminar. O processo terapêutico deverá ser o condutor da conscientização.
Através da concientização da nossa própria história podemos ir nos deparando com as emoções negativas que nos habitam, quando foi que elas se instalaram, em função de quais vivências elas se alastraram e quais os mecanismos de defesa que construímos a partir do sofrimento que as gerou. Após isso, aprender a desconstruir este arsenal "humano" que nos agarra ao plano de três dimensões.
Somente a própria pessoa pode fazer o próprio caminho - isso é óbvio, não?
Mas podemos e devemos utilizar dos instrumentos disponíveis em nosso auxílio. Hoje em dia eles são vários! Podemos escolher aqueles que melhor se adequam a nós. Só não vale achar que comprimidos diários nos levam à iluminação.
Também não vale pensar que o terapeuta vai tirar da cartola mágica aquilo que só nós, com muita vontade, paciência e determinação, estaremos dispostos a trilhar.
Pode levar alguns anos, -talvez a vida toda- o exercício de pensar deverá ser constante e longo!
Pode levar vidas, se a gente se distrair demais pelo caminho.
Vamos fazer nossa escolha?