Uma promessa, dentro das leis do Universo soa como uma ordem, uma palavra a honrar. E isso serve para tudo o que vivemos em nossas outras vidas. Para ilustrar, vou contar um atendimento a um casal que fiz há muitos anos. Eles estavam há pouco tempo vivendo juntos, embora já se conhecessem há mais tempo. Haviam se reencontrado e decidido viver esse amor. Embora se amassem, a coisa não andava. Brigavam por qualquer motivo e eles não compreendiam como isso acontecia. Resolveram, então, investigar e foram ter comigo.
Logo de cara, percebi que havia um cidadão em forma de espírito, escondido atrás dela. Fiquei perguntando a ele o que fazia ali e, então, ele me disse que estava cobrando uma promessa que ela lhe havia feito, numa vida antiga. Os três estavam de novo reunidos. Enquanto isso não se resolvesse, ele não os deixaria em paz.
Enquanto este cobrador me falava, eu transmitia a informação ao casal e para provar que não era apenas uma suposta conversa, pedi-lhe que me falasse algo que eu não saberia. Ele me disse que os três estiveram vivendo na Inglaterra, na época da nobreza e dos castelos e o casal lhe contratara para alegrar as festas que eram muitas e praticamente diárias. Era uma espécie de bobo da corte, um recreador. Usava roupas sempre engraçadas e cheias de guizos e para provar que isso era verdade, ele induzira a mulher, nessa vida, a comprar uma tornozeleira enfeitada de sininhos. E assim ele garantiria não perdê-la de vista, nessa vida atual. Tão logo eu lhes contei o que acabara de ouvir, ela puxou a calça comprida para cima e mostrou-me um adorno igualzinho e que nem à mostra estava.
Pedi, então, a ele que me dissesse o que houvera, pois ser recreador não era algo tão infame que demandasse uma perseguição implacável. Ele me contou que ela se divertia com os sentimentos dele, flertando todas as vezes que tinha chance e prometendo que se casaria com ele tão logo se separasse daquele marido, que, segundo ela, não mais amava. Tudo puro divertimento que repassava ao marido como forma de distração.
Os anos se passaram dentro desse clima de promessas e mentiras e ele acabou ficando doente e deprimido, encontrando a morte através do suicídio. Ele me contou que tinha muitas dificuldades de sociabilizar-se, pois era muito infantil e ser bobo da corte era a única forma de poder ganhar algum sustento. Sua ingenuidade o matara. Mas me contou também que promessa não se esvai com a morte. Ela permanece, como numa tatuagem no seu espírito.
Pedi-lhes para que formalizassem um pedido de perdão para aquele pobre homem marcado pela tristeza e pelo desgosto e ele se deu por satisfeito, indo definitivamente embora. Muitas semanas depois, o casal me ligou dizendo que não havia mais clima de desavença entre os dois e eles estavam comemorando, finalmente, a libertação dos fatos.
Assim como este episódio, muitos outros, tais como prometer casar e ser eternamente daquela pessoa ou mesmo fazer pacto de fidelidade, não se extingue com a morte. E nem adianta tentar procedimentos comuns como ir para lugares que por desconhecerem o processo, tentam tirar o que equivocadamente chamam de "encosto", e que não sai assim.
A Cura Kármica liberta e cura as suas escolhas feitas por uma forma de aprendizado pelo sofrimento, mas não lhe exime de suas obrigações e promessas que envolvem terceiros e que, no mínimo, deve-se um pedido de desculpas e uma admissão de responsabilidade.
Então, cuidado com as promessas que faz, seja para quem for! Quando as fizer, cumpra-as!